Talvez agora eu saiba
Entenda o acaso que devore
Minha insistência de criança
Nessa valsa de estações
Talvez agora entenda
O que me faz breve vivenda
Em cada setembro eterno
De mantos e canções
Pois se poetas adoram
E fachos brutos esperam
Quem será de negar
Ou maldizer tais afeições
São moinhos de vento
Transpondo cada tempo
E revivendo cada vôo
Em jardins de ilusões
É a linda vinda dela
Doce e densa primavera
Que abarca o barco a vela
Acusa rasantes gaviões
É a noite em fina espreita
Com o anjo na janela
Catando estrelas vivas
E colorindo rubros corações
São as flores de todos
Encobrindo a mata fresca
E despindo sem pudor
Cheiros de quatro sazões
Agora eu sei enfim
São as primaveras em mim
Que dedicam o seu jasmim
A um calabouço sem porões
Portanto hoje eu entendo
De chuva de risos e humores bons
Com girassóis ao sol estupendo
Nos galhos secos das multidões
É a contente primavera
Que contenta minha espera
Que assola as dores dessa era
E traduz dons em portos de quimera
Fantástico! Adorei o bailado das estações em valsa.
ResponderExcluir"Sol de primavera abre as janelas do meu peito.
A lição sabemos de cor. Só nos resta aprender..." (Beto Guedes)"
Voce sabe, né, amigo?! Ela é a estação predileta dos grandes poetas... Que é melhor que a conjuntura calorosa, sedenta, fresca e colorida do meu setembro???
ResponderExcluir