Que insólitas noites essas de se encarar uma alusão suprema...
Mas se nada havia naquela esteira de vento, não há mais nada que possa ser salvo.
Então, fica-se, portanto, no (de)correr do riacho.
Estremece, por fim, esse peito estreito e assobia-lo.
Pois quem em estância menor poderia engolir-te sem soprar-te?
Quem poderia em vã melodia perjurar uma bossa no ode a esse amor?
Tarde demais...
Tarde cinzenta transformada em milímetro.
Face lisonja mergulhada em destino.
Colcha de alma que se faz em retalho.
Essas são as chances de palavra tomar lugar de rei;
e de invenção ser ostentada por jardim.
São essas as chances de poesia ser sistema,
ao invés de ser comida.
Chances de música não regar paixão...
HORTO: s.m. pequeno terreno onde são cultivadas plantas de jardim; PALAVRA: s.f. vocábulo provido de significação.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Tripé
Esse tripé em que me escoro
Esse tripé que me nutre
Esse tripé
Trio de fé
É o meu fiel tripé
Não há o que me faça esquecer
Ou que me faça temer
Por derrubar esse tripé
Esse tripé que me faz ser
Esse tripé que me é
Um tripé apoiado no infinito
Uma eternidade de amizade
Em que me deleito
E em que me deito
Até ficar de pé
Pois roubando palavras de fé
Nossa amizade fala por si
Sendo um tripé de mãos dadas
E de corações de doce aloé
Esse tripé que me nutre
Esse tripé
Trio de fé
É o meu fiel tripé
Não há o que me faça esquecer
Ou que me faça temer
Por derrubar esse tripé
Esse tripé que me faz ser
Esse tripé que me é
Um tripé apoiado no infinito
Uma eternidade de amizade
Em que me deleito
E em que me deito
Até ficar de pé
Pois roubando palavras de fé
Nossa amizade fala por si
Sendo um tripé de mãos dadas
E de corações de doce aloé
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
O Amor
Ele não morre
Ele só vive
E inda vive só
Não precisa de ser
Ele apenas é
Atravessa a rua sem dar a mão
Ele é a mão
E o corpo da vida
Ninguém vive sem ele
Só se quiser ser só
Mas só ele sabe ser só
Só ele sabe viver
Sem precisar de um outro amor
Ele só vive
E inda vive só
Não precisa de ser
Ele apenas é
Atravessa a rua sem dar a mão
Ele é a mão
E o corpo da vida
Ninguém vive sem ele
Só se quiser ser só
Mas só ele sabe ser só
Só ele sabe viver
Sem precisar de um outro amor
sábado, 13 de novembro de 2010
Gravidade
A gravidade não me deixa
E não me deixa mentir:
Sua sombra me abandonara.
Já nem sinto mais falta do seu frio;
Um ar seco
Com beijo de vento.
Mas a gravidade está lá,
Essa sua gravidade
Que a luz me dá.
Uma gravidez de amor
Que não se aborta a esmo,
Só com gravidade mesmo.
Nessas coisas a gravidade
Me derruba o senso,
Grave e sem idade.
E depois dos anos
A gravidade que me convém
Inda me convence que não vem.
Se aqui há uma lei a mais
É a que ao azul rei sempre me traz;
Um céu sem sombra de gravidade,
Muito menos relatividade!
E não me deixa mentir:
Sua sombra me abandonara.
Já nem sinto mais falta do seu frio;
Um ar seco
Com beijo de vento.
Mas a gravidade está lá,
Essa sua gravidade
Que a luz me dá.
Uma gravidez de amor
Que não se aborta a esmo,
Só com gravidade mesmo.
Nessas coisas a gravidade
Me derruba o senso,
Grave e sem idade.
E depois dos anos
A gravidade que me convém
Inda me convence que não vem.
Se aqui há uma lei a mais
É a que ao azul rei sempre me traz;
Um céu sem sombra de gravidade,
Muito menos relatividade!
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Eloquentemente
Sem repercussão
Produzi o interdito
Devorei o insosso
Feri o inócuo
Fatiguei o inerte
Retomei o insólito
Visitei o inóspito
Respondi,
inaudivelmente,
a mim mesma
E fiquei,
eloquentemente,
sem retórica
Produzi o interdito
Devorei o insosso
Feri o inócuo
Fatiguei o inerte
Retomei o insólito
Visitei o inóspito
Respondi,
inaudivelmente,
a mim mesma
E fiquei,
eloquentemente,
sem retórica
domingo, 7 de novembro de 2010
Contemplação
Melindrosa seria
Essa entrega faminta
Que rapta dos bosques
O frescor quente
Do orvalho da manhã
Se não houvesse pássaro
Seria divina
Claro incenso
No queimor sem siso
Insólito
De galhos secos
A alimentar lareiras vãs
Entendo que o clarear
Já faz história
Pois as estrelas que somem
Da aurora celeste
Dão céu
Só pra o sol nascer
Uma infame histeria
De conversar
Com o vento
Sob gritos de grilos
Sob sons de dons
Dominicais
É a noite
Que inda se sustenta
Que rasteja o marinho
Mas despeja
Sozinho
O alaranjar ao mar
Força fustigante
A solitar misérias
Vibrantes
Desde o azul
Ao triste blues
Do meu contemplar
Essa entrega faminta
Que rapta dos bosques
O frescor quente
Do orvalho da manhã
Se não houvesse pássaro
Seria divina
Claro incenso
No queimor sem siso
Insólito
De galhos secos
A alimentar lareiras vãs
Entendo que o clarear
Já faz história
Pois as estrelas que somem
Da aurora celeste
Dão céu
Só pra o sol nascer
Uma infame histeria
De conversar
Com o vento
Sob gritos de grilos
Sob sons de dons
Dominicais
É a noite
Que inda se sustenta
Que rasteja o marinho
Mas despeja
Sozinho
O alaranjar ao mar
Força fustigante
A solitar misérias
Vibrantes
Desde o azul
Ao triste blues
Do meu contemplar
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