sábado, 30 de outubro de 2010

Desabafo de Vento

Talvez o que já tivesse vivido me fosse o vento,
Pois o que eu sei é que sou trovão.
Aprendi que gosto de lições.
Aprendi que gosto de aprender ensinando;
Que eu choro melhor sorrindo.
E me senti no céu hoje.
Talvez eu fosse o vento mesmo.
Fui o vento do amor.
Passei aos montes,
Por entre as fontes,
E esmoreci.
Descobri que o furacão
Da paixão
Só me vem sem pensar;
Que não existe isso de imunidade,
Nem na minha idade.
Aprendi que o escondido
Pode ser o mais vencido;
E que eu gosto mais de perder
Vencendo o vento.

sábado, 23 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Palavrear

Cisco de palavra me veio aos olhos
Me faz chorar

Palavra me veio goela adentro
Tossi mas tive que engoli-la

Ao embrulhar-se no estômago
Palavra me foi vomitada

E o pedaço da palavra ida
Antes comida, se fez vestígio

Migalha de um conjunto insólito
Migalha aflita de um palavrear ilógico
Feito uma língua sedenta por fala

domingo, 17 de outubro de 2010

Ocaso

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Artizar

Não quero viver de arte
Quero que ela me viva
Acobertar o fole da manhã
Silabar os versos das imagens
Quebrar o gelo que derrete a insensatez

Preciso de músculos firmes nos olhos
Deixá-los bem abertos para a luz do infinito
Enterrar na escuridão das coisas
Tudo que for coisa sem ser

Presenciar a criação pela inexatidão
Debulhar ladrilhos
Verbalizar cores e o mar

Me expor milhares
Ao invés de em migalhas
Pois da chuva que se sobra
Caem os rios sob cachoeiras
Que nos quedam o senso

Pois da noite que se artiza
Borbulha o sol
Que ensina a arte dos nossos dias

Folha-coração

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Libélula

Violeta

Vantagem

A vantagem do tempo é rendê-lo
Tirar dos segundos o que se capta pelo olhar
E eternizá-los

É escrever no córrego dos dias
Que margens te estreitam
E que pedras te desviam

É multiplicar tarefas
E sentir-se inundado
Ao invés de cansado

É sequestrar libélulas do jardim
E ao anoitecer
Pedir pra esse mesmo tempo parar de render