segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A coberta

Estendida assim
Não se sabe ao certo
Ou ao erro
O que lhe guarda
Só se sabe
O que lhe dobra:
As mãos do homem

Pois já se fecham
Cobertos
Os olhos
E as pernas
Do que se deita
Em seus lençóis

E as soleiras
Das portas
Dos restos andantes
Ansiantes
Se deixam
Descobertas

As camas
Das amas
E amantes
Já delirantes
Aquecem e enternecem
Os limos dos colchões

E o melhor da coberta
É o peso que desperta
Além da quentura
Pois a desventura
Do segredo
Dorme no abrigo
Da colcha

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vaidade

Vá, idade:

Afastar-se de mim

Livrar-me do peso

Da responsabilidade

Dessa cidade

Aos espelhos
Dos lagos
E afagos

Do veio
Ao Sul

Viajar no ombro amigo

Surfar distante
Rival-idade fustigante

Vá, idade:

Que é meio adolescer

Isso de correr atrás do tempo

Buscar beleza
[em vento...

Belezidade
Eterneza

Vaidade
De me ser