quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A perder de vista

A perder de vista
Sou artista
Rolo na pista
E reitero
Sou ativista
Defendendo
Sem peias
Meu eu severo
Ríspido
E idealista

A perder de vista
Sou o encontro
Do feio
Com o belo
O bom duelo
Do príncipe
Com o vagabundo
O dueto imundo
Do que vivo
Com o que velo

A perder de vista
Sou o alarme
Que em vez de tocar
Rabisca
E no lugar do alarde
Faz revista
Como quem arde
Ou queima
No tangido charme
Da conquista

A perder de vista
Sou o adubo
Do terreno
E como cego
Que avista
O aceno
Apanho o medo
E o sereno
Prado fértil
Que sagra
O segredo
O simples pulso
Do folguedo


A perder de vista
Sou o amor
Nu verdejante
Que tanto espero
E logo quero
Otimista
Na hora adiante
E bem quista
Em que esmero
Essa visita
E minha sedução
De amante
Romancista

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