sábado, 24 de julho de 2010

Mancha

Mancha sórdida
Não venha
Que os Deuses dos Mares
E todos os frades
A atenha

Que a chuva ácida
Dos nossos céus pálidos
E quase cálidos
Possa alcalinizar seu manto
Neutralizar esse tanto
Fazer descanso
Nesse mundo louco
Que despejou
Todo o seu pouco

Porque do globo
Só sai esboço
No calabouço
De um lobo
Que come sem fome
Que chora sem água
Que vira sem dorso
Que chama sem nome

Terra
Que do chão não vem
Já que pelo desdém
Só enterra
Seu lixo sem vintém
E de cada catação
Só expurga o pinhão
Nem o coxo
Nem o manco
Nem a guerra sem perdão

Desfaça esse traço
E dizime cada traça
Pois esse oceano amplidão
Abençoado e tão parado
Não revolta sem razão
Só vai e volta
Se o homem
Idiota
O faz de vão

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