Não há o que se chorar
Pelo leite não derramado
Já que nem houve deleite
Ou nenhum desprazer
No que foi autuado
Não há que se ecoar
O não dito
Se desde o início
O pássaro deita no vôo
Além do seu vício
Seu medo bendito
De se passar
Como passageiro
Tão leve e simplício
Incrível a sinfonia dos “se”
A quasidade dos “talvez”
Nesse misto de alegria
E breve euforia
Com o raio limítrofe da dor
Entre o bífido torpor
Da lucidez (sensatez)
Com a embriaguez
Desse ou de qualquer louvor (amor)
O bom é se ver o não
Tão de longe, a pairar
E poder fazer do não feito
Um, ainda, sim
Imperfeito
Um proveito
A se a aproximar
O mundo é assim: sesmo
E igual a estar a esmo
É girar
Como uma vida cíclica
Pirar
Há sempre que se sorrir
Do que se por
A chorar
Por um tempo em que
Não se perdeu
Antes mesmo de investir
No que se quer
Ganhar
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