Se engana
Quem me chama
De lua
E dessa fama
Infame
Se engane
E assim
Me conclua
Noite ou dia
Sou cigana
Serventia
Da própria chama
Verbo que inflama
Onda que irradia
Em versos
E ironia
Engana é
O de jeito manso
E peito expanso
Que o vôo plana
Da ave serrana
E desdobra a busca
Que logo atenua
A eterna flama
Mundana
Se engana
Quem se deixa
E quem fecha
A ventana
Escondido
Nessa sombra
Soberana
De cabana
Sem engano
Prossigo sacana
Peregrina pagã
Mas bem vestida
E insana
Enxergando a saída
Da vida
Em um plano
Muito mais que profano
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