quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O homem do violão

Não só o som, mas a visão também era ambiente; espécie de celeiro, que aconchegava qualquer tormento.
Quando dei por mim, era ele.
Seu tom acompanhava o som e suas palavras iam, com o vento.
Ele se embaralhou em si mesmo, com as cordas.
Eu me mantive atenta.
Preferi não inibir aquele homem quase santo, de tão são naquele tanto.
Quis gritar; esmorecer o silêncio que se expandia em mim; transparecer minha satisfação, que caía aos prantos, que alagava meu olhar.
Eu quase sorri.
No entanto, percebi.
A tal melodia não me encantava os ouvidos.
Resguardei àquela imagem foram os meus segredos.
Emprestei memória ao possível, como dizer por aí...
Eternizei aquela noite numa caixinha de tesouros.
O homem do violão inda é um sujeito de poucos estios, mas demanda muitas palavras minhas para que eu fique apenas em uma pequena história.

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