segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cor de saudade

Não sei se há, nem sei se já houve, ou se já se ouve, mas quis desenhar a saudade.

Ela teve a tendência de acompanhar o tempo que, furta cor, tudo pode tomar.

Tomar o céu azul ou o ocaso; tomar o cinza de uma manhã de domingo; talvez tomar o brio fogo da paixão.

Só sei que me animou o marrom; decalcar e pintar a saudade de marrom.

Cor do chão, cor da terra, cor do cedro, cor de chocolate, cor da pele.

A saudade, entretanto, também poderia ser branca, alva, alma, ao invés de carne.

Poderia ser o choro de uma partida seca; branca por remeter a todas as cores da memória, juntas.

Mas ainda prefiro o marrom. Mesmo que voltado para o negro, o marrom dos olhos.

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