domingo, 7 de novembro de 2010

Contemplação

Melindrosa seria
Essa entrega faminta
Que rapta dos bosques
O frescor quente
Do orvalho da manhã
Se não houvesse pássaro

Seria divina
Claro incenso
No queimor sem siso
Insólito
De galhos secos
A alimentar lareiras vãs

Entendo que o clarear
Já faz história
Pois as estrelas que somem
Da aurora celeste
Dão céu
Só pra o sol nascer

Uma infame histeria
De conversar
Com o vento
Sob gritos de grilos
Sob sons de dons
Dominicais

É a noite
Que inda se sustenta
Que rasteja o marinho
Mas despeja
Sozinho
O alaranjar ao mar

Força fustigante
A solitar misérias
Vibrantes
Desde o azul
Ao triste blues
Do meu contemplar

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