terça-feira, 30 de novembro de 2010

Chances

Que insólitas noites essas de se encarar uma alusão suprema...
Mas se nada havia naquela esteira de vento, não há mais nada que possa ser salvo.

Então, fica-se, portanto, no (de)correr do riacho.
Estremece, por fim, esse peito estreito e assobia-lo.

Pois quem em estância menor poderia engolir-te sem soprar-te?
Quem poderia em vã melodia perjurar uma bossa no ode a esse amor?

Tarde demais...
Tarde cinzenta transformada em milímetro.
Face lisonja mergulhada em destino.
Colcha de alma que se faz em retalho.

Essas são as chances de palavra tomar lugar de rei;
e de invenção ser ostentada por jardim.

São essas as chances de poesia ser sistema,
ao invés de ser comida.

Chances de música não regar paixão...

2 comentários:

  1. Que lindo. Mesmo.

    Profundo e lindo... Nem tenho comentários.

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  2. Poxa, mã... Obrigada!
    Pensei que talvez o que eu quisesse passar não pudesse ser entendido... Mas aí me lembrei que você me entende na primeira frase!!!
    Rs.
    Beijo

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