Há tempos não escrevo sobre o amor, o amar.
Sobre o mar, sobre as ondas de sobra, sob as sombras, as
marés de paixão...
Sobre antigos, os artigos, as letras, as palavras e as
frases que vem construindo o livro da minha vida, a temperar meus dias.
Vezes não admito, mas transpiro amor. Tento abarcá-lo num
infinito de confusões, afazeres, compromissos; afogá-lo em uma rotina cansada,
progressivamente densa. Exijo de mim mesma resultados recordistas, capacidades
e reservas inexistentes, expelir do peito o ar que nunca irá sair.
Os números é que me lembram do quanto somos volúveis,
voláteis e, solenemente, amantes indissolúveis.
Depois dos anos passados olhamos pra trás, paradoxalmente,
com mais tempo. Paramos mais (e) devagar, dissolvemos cada memória e saboreamos
cada pitada, cada pôr do sol, cada tempestade, cada oceano de estrelas.
Gosto do tempo - me cheira tão diferente, tão igual! Ele navega
meu futuro de embarcações à deriva...
Me atravessa à margem do amanhã...
E volta...! Um vento...
Mar me leva tanto ao passado, nessa jornada nostálgica e
melancólica... Marca meus sorrisos na areia... Os cobre de água salgada...
É o amor (dos velhos tempos) presente de novo!
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