segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A coberta

Estendida assim
Não se sabe ao certo
Ou ao erro
O que lhe guarda
Só se sabe
O que lhe dobra:
As mãos do homem

Pois já se fecham
Cobertos
Os olhos
E as pernas
Do que se deita
Em seus lençóis

E as soleiras
Das portas
Dos restos andantes
Ansiantes
Se deixam
Descobertas

As camas
Das amas
E amantes
Já delirantes
Aquecem e enternecem
Os limos dos colchões

E o melhor da coberta
É o peso que desperta
Além da quentura
Pois a desventura
Do segredo
Dorme no abrigo
Da colcha

Nenhum comentário:

Postar um comentário